quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Expansão ou frustração?



Nos últimos anos a educação superior brasileira tem vivido uma verdadeira dicotomia. Os defensores da Reforma universitária avaliam que nunca houve um investimento de qualidade tal como no governo LULA. Fazendo uma análise quantitativa, o quadro formado é até satisfatório, pois LULA criou 14 “novas universidades federais” ampliou as já existentes com o surgimento de 125 campi no interior de todo o Brasil. Essa semana a revista ÉPOCA publicou uma matéria intitulada “Cadê a Universidade anunciada aqui” onde mostra a realidade dessa “expansão” como essa revista faz parte da família Marinho, que na última eleição apoio SERRA, é muito suspeito essa matéria porque a última coisa que fazem é manter a neutralidade e a imparcialidade nas notícias e matérias.

Após a criação da UFOPA em Santarém (que nada mais foi do que a unificação do campus da UFPA e UFRA que já existia e que ganhou reitoria própria) a coordenação do Campus de Marabá UFPA vem forçando junto com forças políticas da região a criação da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, uma prova bem clara disso foi a negociação com o Grupo Leolar para adquirir um terreno para a futura instalação da UFSSP sem levar em consideração que esse próprio terreno fora ocupado por trabalhadores sem teto que tiveram de ser retirados á base de violência pelo Estado, simplesmente para fazer especulação imobiliária, que tem a UFSSP como peça central. 

O desastre dessa administração vai longe, sem diálogo com a comunidade acadêmica correm boatos que logo cursos como Agronomia, Pedagogia, Letras e outros estarão sendo transferido para o novo campi. A realidade que vivemos é muito cruel com o programa para a Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) foram abertos novos cursos e ofertados rapidamente no vestibular sem antes contratar professores e sem construir novas salas de aula, o resultado dessa política totalmente absurda foi a frustração de jovens que lutaram por suas vagas e que agora passam dias sem aulas e quando vão a biblioteca não existem livros para suas pesquisas, acarretando despesas absurdas para fazer copias de livros cedidos por professores. A coordenação local já faz dois anos à frente do campus de Marabá, o chamado de “Transformação” de fato é verdade, pois o que já era ruim tornou-se ainda pior, simplesmente porque na hora de captar recursos a coordenação não mede esforços e não leva em consideração os problemas futuros.

O sentimento de abandono e sucateamento é presente na vida de discentes, docentes e técnicos. O que tem sido colocado para todos é que os problemas do campus só serão resolvidos com a criação da UFSSP que no projeto encaminhado ao ex-presidente LULA na ocasião do Fórum Social Mundial em Belém do Pará em 2009, será a emancipação do campi da UFPA em Marabá com a construção de uma reitoria própria.  Se isso de fato acontecer em Marabá será a repetição do desastre que estão passando os estudantes de Santarém. O Professor Gilson Costa que ocupou a vaga de substituto na Faculdade de Ciências Sociais de Marabá e que hoje ocupa a cadeira titular na OFOPA tem feito criticas severas a essa forma de expansão universitária quem tem colocado uma nova realidade à educação como afirma na reportagem: “Sempre trabalhei com a interdisciplinaridade: você tem de ter o pé firme em uma área para dialogar com outras”, afirma Costa, cientista social e engenheiro-agrônomo com pós-graduação em economia. “Mas o que estão fazendo aqui é um Frankenstein.” Costa diz que o curso “dois em um” ganhou um apelido entre os professores: Matafísica. “Mata a matemática e a física.”             
               
O desafio dos estudantes é se organizar e lutar por melhorias reais que de fato irão se materializar em uma expansão que trará um ensino de qualidade junto com uma assistência estudantil que possa garantir a permanência dos ingressantes. No ano de eleição para o Diretório Acadêmico José de Ribamar-DAJR UFPA, a nova gestão que virá tem a responsabilidade de lutar por melhorias e ao mesmo tempo frear o oportunismo dos burocratas de plantão e isso só será possível com o interesse da comunidade discente em participar das assembléias e atos que não serão poucos para o ano de 2011.

Rumo a uma educação de qualidade para o povo brasileiro!!!

Segue o link da revista aqui citada onde se encontra a matéria sobre a mesma vai lá e deixe seu comentário.

1 comentários:

É isso aí, belo artigo de nossa comunicação.
Elho Araújo Costa.
Coordenação Geral.

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